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Pesquisa sugere que consumo contínuo por mais de um ano pode estar ligado a maior mortalidade; especialistas recomendam cautela
O uso contínuo da melatonina, suplemento utilizado para auxiliar no sono, pode estar associado a um maior risco de insuficiência cardíaca e até morte prematura. A conclusão faz parte de um estudo preliminar apresentado pela American Heart Association (AHA), que analisou dados de mais de 130 mil adultos diagnosticados com insônia ao longo de cinco anos.
Segundo o levantamento, pessoas que utilizaram melatonina por 12 meses ou mais apresentaram risco quase 90% maior de desenvolver insuficiência cardíaca, além de 3,5 vezes mais chances de hospitalização por falência cardíaca. O estudo também apontou um aumento na mortalidade geral entre usuários de longo prazo.
Entretanto, os pesquisadores destacam que os resultados ainda são preliminares e não estabelecem relação de causa e efeito. O estudo aguarda revisão por pares, etapa necessária antes da publicação em revista científica.
No Brasil, a melatonina passou a ser vendida sem prescrição médica em 2021, após autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A liberação ampliou o acesso ao produto, que hoje é encontrado em farmácias e lojas de suplementos com concentrações acima das doses consideradas seguras para uso diário.
A Sociedade Brasileira do Sono alerta que o suplemento não deve ser utilizado como solução contínua para insônia e que o uso prolongado precisa ser acompanhado por médico, especialmente em pessoas com doenças cardiovasculares, diabetes ou hipertensão.
Especialistas recomendam alternativas não medicamentosas para melhorar o sono, como manter rotina regular, reduzir o uso de telas antes de dormir, evitar cafeína à noite e favorecer ambientes silenciosos e escuros.
Enquanto novas análises científicas não forem concluídas, a orientação é de cautela.
Fontes: American Heart Association, Anvisa , Sociedade Brasileira do Sono (SBS)
Redação Vale FM
