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Ataque iraniano foi uma retaliação após ataque americano à três instalações nucleares do país no último sábado (21)
Na madrugada desta segunda-feira (23), a base aérea americana de Al-Udeid, localizada no Qatar, foi alvo de um ataque com mísseis balísticos lançados pelo Irã. A informação foi confirmada por um representante do setor de defesa dos Estados Unidos, que também declarou que não houve registros de feridos entre os militares americanos até o momento.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Qatar, o ataque foi interceptado com sucesso pelos sistemas de defesa aérea do país. Em nota publicada em rede social, o porta-voz Majed Al Ansari afirmou que o governo considera a ação como uma violação grave da soberania nacional. O comunicado também assegura que as forças qataris conseguiram neutralizar os projéteis lançados.
Relatos apontam que explosões foram ouvidas na capital Doha no momento do ataque. A imprensa estatal iraniana divulgou que a ofensiva, nomeada "Operação Dádiva da Vitória", teve como alvo a base americana de Al-Udeid.
Antes do lançamento dos mísseis, o presidente do Irã, Mahmoud Pezeshkian, havia declarado que o país não deixaria sem resposta os ataques realizados no sábado (21) contra instalações nucleares iranianas (relembre). Em uma publicação online, ele afirmou que o Irã não iniciou o conflito, mas responderia com firmeza a qualquer agressão, em defesa da segurança e da integridade da nação.
Fontes ligadas ao governo iraniano revelaram que o Qatar foi previamente informado sobre a ação, em uma estratégia semelhante à utilizada pelo Irã após a morte do general Qassem Soleimani. O objetivo seria demonstrar uma reação simbólica, evitando uma escalada maior do confronto.
A base aérea de Al-Udeid abriga cerca de 10 mil militares americanos e é considerada a maior instalação militar dos EUA no Oriente Médio. Situada ao sul de Doha, a base é utilizada para operações de apoio logístico na campanha contra o grupo Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Também serve como sede avançada do Comando Central (CENTCOM) dos Estados Unidos, além de abrigar aeronaves da força aérea e operações de forças especiais. A instalação é compartilhada com aliados britânicos em missões aéreas contra alvos terroristas na região.
O presidente Donald Trump esteve na base em 15 de maio e firmou um acordo militar com o governo do Qatar no valor de US$ 1 bilhão. Doha tem buscado manter relações diplomáticas equilibradas com Washington e Teerã, investindo na expansão da base militar enquanto preserva diálogo com o governo iraniano.
Horas antes do ataque, o governo do Qatar suspendeu temporariamente os voos comerciais e anunciou que adotaria todas as medidas necessárias para garantir a segurança da população. A ofensiva não surpreendeu totalmente as forças americanas, que haviam deslocado diversas aeronaves da base nos dias anteriores, segundo imagens de satélite.
A base de Al-Udeid também abriga ativos militares estratégicos, como bombardeiros B-52, aviões de transporte C-17 Globemaster e aeronaves de reconhecimento RC-135 Rivet Joint. A unidade ainda conta com a presença da 379ª Ala Expedicionária Aérea, especializada em reabastecimento em voo, transporte aéreo e missões de inteligência e vigilância.
Após o ataque, Trump reforçou que qualquer nova retaliação iraniana contra forças americanas será respondida com intensidade superior à do último episódio. As autoridades de defesa seguem em alerta máximo para possíveis novos desdobramentos.
Da Redação CSFM
