Em publicação nas redes sociais, previamente preparada, Guanipa declarou: “A partir de hoje, sou parte da lista de venezuelanos sequestrados pela ditadura”.
O governo da Venezuela anunciou nesta sexta-feira (23) a prisão do opositor Juan Pablo Guanipa, um dos principais aliados da líder María Corina Machado, sob a acusação de terrorismo. A informação foi divulgada em transmissão pela emissora estatal venezuelana, com confirmação do ministro do Interior, Diosdado Cabello.
Imagens veiculadas pela televisão estatal mostram Guanipa sendo algemado e escoltado por agentes fortemente armados da Polícia Nacional Bolivariana. O opositor estava na clandestinidade desde 2023, após receber ameaças do governo. Em publicação nas redes sociais, previamente preparada, Guanipa declarou: “A partir de hoje, sou parte da lista de venezuelanos sequestrados pela ditadura”.
De acordo com Diosdado Cabello, Guanipa é acusado de liderar um suposto grupo terrorista, cuja intenção seria desestabilizar as eleições regionais marcadas para o próximo domingo (25). O ministro classificou a prisão como “gratificante” e afirmou que operações estão em curso para desarticular outros grupos considerados ilegais pelo governo.
María Corina Machado, principal nome da oposição venezuelana, repudiou a prisão de Guanipa e classificou o ato como um “sequestro”. A líder opositora também denunciou uma série de detenções que, segundo ela, já atingem mais de 50 pessoas, incluindo líderes políticos, jornalistas, defensores de direitos humanos e ativistas.
Além da prisão de Guanipa, Cabello anunciou a detenção de um cidadão alemão, que se soma a outros estrangeiros detidos no país. Na última segunda-feira (19), o regime informou a prisão de 38 pessoas, entre elas 17 estrangeiros. Segundo dados da organização não governamental Foro Penal, atualmente há 79 estrangeiros presos na Venezuela por motivos políticos, entre eles cidadãos da Argentina, Espanha, Paquistão e Sérvia.
Organismos internacionais e entidades de defesa dos direitos humanos acompanham o caso e manifestam preocupação com o crescente número de prisões de opositores na Venezuela às vésperas das eleições.
Da Redação CSFM