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Quase um terço da população brasileira entre 15 e 64 anos continua sem conseguir interpretar uma frase simples ou entender um número de telefone. O dado alarmante, revelado pelo Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) 2024, mostra que 29% da população é analfabeta funcional — mesmo índice de seis anos atrás, o que evidencia a estagnação e a falta de compromisso do governo em enfrentar esse problema.
O cenário é ainda mais grave entre os jovens de 15 a 29 anos, onde o analfabetismo funcional aumentou de 14% para 16%. Em vez de avançar, o país está regredindo. A pandemia teve seu impacto, mas o que pesa mesmo é a ausência de medidas eficazes para garantir o acesso à educação básica de qualidade. Enquanto o mundo avança tecnologicamente, o Brasil permite que milhões fiquem para trás sem o mínimo domínio da leitura e escrita.
A pesquisa também aponta um dado vergonhoso: 12% das pessoas com ensino superior não conseguem interpretar textos simples. No mercado de trabalho, 27% dos profissionais enfrentam a mesma dificuldade. Isso revela que o problema vai muito além da sala de aula e afeta diretamente o desenvolvimento econômico do país.
As desigualdades raciais aprofundam o descaso. A taxa de analfabetismo funcional chega a 47% entre indígenas e amarelos, 30% entre negros e 28% entre brancos. São números que refletem um sistema educacional desigual, onde o governo falha em garantir os mesmos direitos a todos.
Especialistas alertam para a urgência de políticas públicas sérias e contínuas, mas isso depende de vontade política, algo que tem faltado nas últimas gestões. Enquanto isso, milhões de brasileiros continuam sem acesso ao básico. O Inaf voltou a ser realizado após seis anos de silêncio, o que por si só já diz muito sobre as prioridades do poder público.
Redação: Vale FM
