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1 13/02/2025 09:50

Ex-moradores de conjuntos habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) em Salvador relatam que traficantes tomaram o controle das residências, expulsando famílias e negociando os imóveis de forma irregular. A denúncia foi feita ao jornal Correio, que ouviu relatos de vítimas e ex-residentes.

Segundo uma das fontes ouvidas pelo Correio, os criminosos utilizam armas de grosso calibre para intimidar a população. "Eles só andam com fuzil para aterrorizar todo mundo", disse um ex-morador que foi obrigado a deixar sua casa. Ele aponta um homem identificado como Thiaguinho como líder do grupo. “Qualquer ordem dele tem que ser obedecida na hora, senão a consequência é a morte", afirmou.

De acordo com a reportagem, Thiaguinho coordena o esquema de dentro dos blocos residenciais, enquanto outros membros da facção atuam como "olheiros", vigiando a entrada dos conjuntos e alertando em caso de aproximação da polícia ou de desconhecidos.

As investigações do Correio apontam que o tráfico mantém esse controle há pelo menos oito anos em cinco conjuntos habitacionais da capital baiana. As casas desocupadas são vendidas ou alugadas em plataformas online, como redes sociais e sites de comércio eletrônico. A venda dos imóveis pode chegar a R$ 30 mil, enquanto os aluguéis variam de R$ 300 a R$ 500. Segundo a publicação, os principais responsáveis pelo esquema financeiro são indivíduos conhecidos como Demenor, Netinho e Danone, que organizam os anúncios e arrecadam os valores.

A situação também foi denunciada em localidades como Bosque das Bromélias e Bate Coração, no bairro de Alto de Coutos. Em um dos casos relatados pelo Correio, uma família foi expulsa depois que traficantes descobriram que uma das crianças estudava em um Colégio Militar.

Após a repercussão da denúncia, a Polícia Militar reforçou a presença nas áreas dominadas pelo tráfico, incluindo o Conjunto Residencial Fazenda Grande II. Um ex-morador contou ao Correio que, ao perceberem a chegada da polícia, os criminosos fugiram para uma área de mata nos fundos dos prédios, levando fuzis.

Em resposta, o Ministério Público Federal (MPF) afirmou ao Correio que sua atuação no programa MCMV está vinculada à Caixa Econômica Federal e a questões administrativas, como financiamento e fraudes. Já os crimes relacionados ao tráfico de drogas são de competência das polícias e do Ministério Público da Bahia.



Da redação - Vale FM







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