Uma pesquisa publicada em dezembro no periódico Neurology revelou que fatores como hipertensão, fibrilação atrial (um tipo de arritmia cardíaca) e o tabagismo ( o ato de fumar ) aumentam o risco de um acidente vascular cerebral (AVC) mais grave, ou seja, aqueles que deixam sequelas significativas, como dependência constante de assistência ou até mesmo a morte. Já nos casos moderados, os pacientes conseguem preservar funções como caminhar sem ajuda. O estudo destaca a importância de controlar esses fatores, considerados modificáveis, para reduzir a gravidade das sequelas.
Os pesquisadores usaram dados do INTERSTROKE, um estudo internacional que analisou pacientes em 32 países entre 2007 e 2015, e compararam casos de AVC com pessoas que não sofreram o evento. O objetivo era entender a relação entre os fatores de risco e a gravidade dos casos.
Durante o estudo, foi constatado que a fibrilação atrial aumenta em 4,7 vezes o risco de um AVC grave e em 3,6 vezes o de um quadro leve. O tabagismo, por sua vez, quase duplica a probabilidade de um AVC. A hipertensão pode causar hemorragias cerebrais devido à ruptura de vasos sanguíneos, enquanto a fibrilação atrial frequentemente resulta em embolias grandes e graves. O tabagismo acelera o enrijecimento das artérias e reduz a elasticidade vascular.
Além disso, os pesquisadores analisaram o impacto de condições como diabetes, colesterol alto, consumo de álcool, dieta inadequada, sedentarismo e circunferência abdominal. Embora esses fatores sejam considerados de risco para o AVC, não foi observada uma associação tão relevante com a gravidade do evento. Segundo a neurologista Gisele Sampaio Silva, do Hospital Israelita Albert Einstein, o impacto de condições como diabetes e colesterol alto é mais progressivo e crônico, não resultando, em geral, em eventos agudos tão graves.
A gravidade de um AVC depende de múltiplos fatores, como a localização e a extensão do dano cerebral. AVCs hemorrágicos, por exemplo, são geralmente mais graves que os isquêmicos. Além disso, o estilo de vida e a presença de doenças crônicas podem agravar o prognóstico. Apesar disso, o resultado de um AVC é imprevisível e depende também da resposta individual do paciente e da rapidez no acesso ao tratamento.
Em alguns casos, o AVC pode ocorrer sem a presença de fatores de risco tradicionais, como em pessoas com malformações vasculares ou doenças autoimunes, como vasculites. Isso reforça a necessidade de diagnóstico preciso e estratégias personalizadas para prevenção e tratamento.
- Sinais de um AVC:
Dormência ou fraqueza súbita no rosto, braço ou pernas, especialmente de um lado do corpo;
Dificuldade para falar ou entender;
Problemas de visão em um ou ambos os olhos;
Dificuldade para andar, tontura ou perda de equilíbrio;
Dor de cabeça grave sem causa conhecida.
Caso esses sintomas sejam notados, é fundamental buscar atendimento médico de emergência o mais rápido possível, pois o tratamento precoce é mais eficaz.
Da redação - Vale FM
Com informações da Agência Brasil