O caso ocorreu no Hospital Municipal Régis Pacheco (HMRP) e levantou questionamentos sobre a infraestrutura, a agilidade e atenção no atendimento às emergências obstétricas do município.
Na última terça-feira (26), Miliane Santos de Carvalho, de 25 anos, residente de Canavieiras, perdeu seu bebê após complicações que, segundo a família, foram agravadas por atrasos no atendimento médico adequado e na transferência para uma unidade hospitalar especializada. O caso ocorreu no Hospital Municipal Régis Pacheco (HMRP) e levantou questionamentos sobre a infraestrutura, a agilidade e atenção no atendimento às emergências obstétricas do município.
Histórico do Caso
A paciente, grávida de 8 meses e 2 semanas, relatava complicações na gestação, incluindo pressão alta e diagnóstico de diabetes gestacional. Segundo familiares, desde a segunda-feira (25), ela apresentava sinais de que necessitava de encaminhamento urgente para uma unidade com suporte obstétrico e, apesar das queixas e consultas prévias, a transferência para um hospital com infraestrutura adequada não foi realizada imediatamente.
Já na noite da terça-feira (26), a gestante procurou o Hospital Municipal Régis Pacheco (HMRP) após apresentar sangramento intenso, dor e outros sinais de complicações graves. Durante o atendimento inicial, a paciente foi informada de que o sangramento era normal, o que a fez esperar por mais de uma hora na unidade. Posteriormente foi constatado que não havia mais batimentos cardíacos do bebê.
Transferência e Diagnóstico Final
A família relatou que apenas após a intervenção da tia da gestante, que é enfermeira em Canavieiras e conseguiu ligar para a obstetra do município, a transferência foi tratada como prioridade em ordem dada pela própria obstetra. Ainda houve atraso na saída do hospital devido à falta de um motorista de plantão no HMRP. Cerca de trinta minutos depois, com a chegada do motorista, a paciente foi finalmente encaminhada para o Hospital Materno-Infantil Joaquim Sampaio, em Ilhéus, mas, ao chegar, foi constatado o óbito do bebê, que se chamaria Emanuel. A gestante permanece internada nesta sexta-feira (29) devido à grande perda de sangue, e continua em recuperação e recebendo transfusões de sangue, sem saber quando terá alta médica.
Falta de Profissionais e Infraestrutura
Segundo familiares, a gestante ficou sem acompanhamento obstétrico adequado durante um mês da gravidez após a obstetra do município adoecer e não haver outro médico para a substituir. Ela reclama da ausência de profissionais especializados no município e relata sobre o agravamento da situação devido a problemas organizacionais, incluindo atrasos na autorização para transferências hospitalares.
A reportagem tentou entrar em contato com a Secretária de Saúde de Canavieiras e com sua assessora, mas não obteve retorno. A secretaria de saúde também não se pronunciou oficialmente sobre este caso até o momento.
Recomendações
Especialistas reforçam a importância de uma assistência pré-natal consistente para evitar complicações como esta. Em casos de emergência, a agilidade no atendimento e no transporte para unidades de referência é essencial para preservar vidas.
Da Redação