Em 2023, quase todos os municípios brasileiros (99,8%) reportaram a existência de serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, demonstrando uma cobertura territorial praticamente total do país. No entanto, apesar dessa ampla cobertura, ainda existem desafios significativos em relação ao destino final dos resíduos, com 31,9% das cidades recorrendo ao uso de lixões – a forma de descarte mais prejudicial ao meio ambiente.
De acordo com a Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2023 – Suplemento de Saneamento (Munic), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última quinta-feira (28), 28,6% dos municípios destinam seus resíduos a aterros sanitários, e 18,7% fazem uso de aterros controlados, que são considerados soluções mais adequadas do ponto de vista ambiental.
Desafios Regionais e a Diferença na Cobertura dos Serviços
Ao observar a distribuição dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos por grandes regiões do Brasil, o Nordeste se destaca com 99,9% dos municípios atendidos, seguido de perto pelo Centro-Oeste e Sudeste, com 99,8% de cobertura. As regiões Norte e Sul apresentaram a menor cobertura, com 99,6% dos municípios atendidos, mas ainda assim com um índice elevado.
Segundo o IBGE, esses dados demonstram que, embora o serviço de limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos estejam amplamente presentes em quase todas as cidades, a destinação adequada dos resíduos continua sendo um grande desafio, especialmente nas áreas que ainda dependem de lixões para o descarte final dos materiais.
“Embora a cobertura seja quase universal, a forma como os resíduos estão sendo tratados é desigual e ainda apresenta problemas significativos em algumas regiões e municípios”, destacou o IBGE. A utilização de lixões, além de representar riscos ambientais graves, também é um obstáculo para o avanço nas práticas de gestão de resíduos mais sustentáveis.
Avanços e Desafios para o Futuro
Os dados revelam que, apesar do avanço significativo na cobertura dos serviços de limpeza e manejo de resíduos, o país ainda enfrenta desafios importantes em relação ao tratamento adequado dos resíduos sólidos, sendo necessário ampliar a implementação de aterros sanitários e outras soluções mais eficientes e menos danosas ao meio ambiente.
A pesquisa também aponta a necessidade de investimentos contínuos para garantir que todos os municípios, independentemente de sua localização ou porte, adotem práticas de manejo de resíduos mais sustentáveis, reduzindo a dependência dos lixões e promovendo um destino mais seguro e ambientalmente correto para os resíduos sólidos.