Quénia, Tanzânia, Somália, Etiópia, Uganda e Burundi são os países mais afetados
Pelo menos 473 pessoas morreram, 410.350 estão desalojadas e 1,6 milhões foram afetadas pelas chuvas e inundações em vários países da África Oriental desde meados de março, informou a ONU nesta quarta-feira (22).
De acordo com um estudo publicado pelo Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA), as tempestades provocaram também danos nas fontes de água e em outras instalações, o que agrava a propagação de doenças como a cólera e o sarampo.
Assim, as chuvas torrenciais, as inundações repentinas e os deslizamentos de terras causaram pelo menos 291 mortos, 188 feridos e 75 desaparecidos no Quénia, de acordo com os últimos dados do Governo.
Além disso, 278.380 pessoas foram obrigadas a fugir das suas casas e mais de 412.760 pessoas foram afetadas pelas chuvas no país.
“A situação das barragens e dos cursos de água em todo o país é crítica. Algumas barragens estão transbordando e os diques sofrem erosão”, afirmou o OCHA.
Os números preliminares da Tanzânia indicam que 155 pessoas morreram em consequência das chuvas e 126 mil foram afetadas até ao início de maio, segundo as autoridades.
No domingo (19), a Autoridade Meteorológica da Tanzânia avisou que o ciclone Ialy, no Oceano Índico, poderia trazer ventos fortes, tempestades e chuvas torrenciais esta semana.
Na Somália, o OCHA estima que a estação das chuvas tenha afetado 225.760 pessoas, das quais 38.730 tiveram de abandonar as suas casas.
A Somália foi afetada pelos danos causados às fontes e instalações de água, saneamento e higiene, o que agrava o atual surto de cólera no país: foram registados 10.640 casos, com 120 mortes, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Cerca de 57 mil pessoas fugiram das suas casas na Etiópia, algumas das quais puderam regressar, mas as habitações, as infraestruturas públicas e as terras agrícolas foram “significativamente danificadas, limitando ainda mais o acesso das pessoas aos serviços, especialmente em zonas já afetadas por conflitos, secas prolongadas ou pelo surto de cólera”, cita relatório.
No Uganda, as chuvas afetaram mais de 52.190 pessoas entre janeiro e abril, com pelo menos 23 mortos e 241 feridos; em maio, pelo menos 49 pessoas morreram, 296 ficaram feridas e 28 estão desaparecidas. no total, são 3.080 famílias que tiveram de abandonar as habitações.
No Burundi, mais de 239.780 pessoas foram afetadas pelas chuvas torrenciais e 36.900 abandonaram as suas casas.
* Agência Lusa / Hora Campinas