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Após o recorde histórico do preço do cacau no final de 2024, que trouxe esperança aos agricultores baianos, os valores pagos pela arroba (15 kg) caíram de forma significativa. Muitos produtores, que planejavam investir na modernização das lavouras, agora veem seus planos comprometidos.
A situação é agravada pela tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre a manteiga de cacau, principal produto exportado para o país, responsável por cerca de 20% das vendas externas brasileiras. A indústria estima que as perdas podem chegar a R$ 180 milhões até o fim de 2025.
Segundo a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), além das barreiras comerciais, há uma queda global na demanda por chocolate devido ao aumento do preço da matéria-prima. No sul da Bahia, algumas fábricas já operam com 12% de ociosidade, podendo chegar a 18% ainda este ano.
Para os pequenos agricultores, a queda nos preços interrompe o processo de recuperação iniciado após a devastação causada pela praga da vassoura-de-bruxa. “Os pequenos são os que mais trabalham, mas nem sempre recebem um retorno justo”, lamenta a produtora Josenilda Silva, de Jitaúna, que precisou adiar investimentos planejados.
O Brasil responde por apenas 4% da produção mundial de cacau, o que deixa o país vulnerável às oscilações do mercado internacional. Especialistas defendem maior valorização do produto nacional para proteger a renda de milhares de famílias no sul da Bahia.
Fonte: Recôncavo no Ar
