Invicta, baiana mira feitos inéditos no boxe e aposta em preparação focada para enfrentar adversária francesa
Com o mesmo foco e dedicação que demonstrou no boxe olímpico, a baiana Bia Ferreira busca consolidar sua carreira no boxe profissional. Invicta e considerada favorita, ela sobe ao ringue hoje em Monte Carlo, em Mônaco, para defender seu cinturão do peso leve (até 61,2 kg) pela Federação Internacional de Boxe (IBF). Bia conquistou esse título em abril deste ano, ao vencer a argentina Yanina Del Carmen Lescano. A luta começa por volta das 16h (horário da Bahia).
Bia Ferreira comentou ao jornal A TARDE, em entrevista recente, sobre sua preparação intensa. “Depois dos Jogos Olímpicos de Paris, tive um período de descanso em Salvador e Juiz de Fora, aproveitei para rever amigos e familiares. Esses momentos foram importantes para recarregar as energias e voltar ao treinamento com tudo. Estou totalmente focada no combate e me preparei ao lado da minha equipe, analisando os pontos fortes e as estratégias que podemos usar”, afirmou a atleta.
Objetivos no futuro
Caso vença a luta, Bia Ferreira tem planos ambiciosos. Aos 31 anos, ela busca colecionar cinturões e alcançar conquistas inéditas no boxe brasileiro. “Quero ser pioneira e me desafiar sempre. Meu objetivo é unificar os cinturões e, quem sabe, mudar de categoria no futuro. Sempre quero me desafiar e alcançar novos patamares”, disse.
A confiança da baiana vem não apenas da preparação, mas também do seu currículo impressionante. Ela é duas vezes campeã mundial amadora e possui duas medalhas olímpicas: prata em Tóquio 2020 e bronze em Paris 2024. No boxe profissional, ela mantém um histórico perfeito até agora, com cinco vitórias em cinco lutas.
Adversária experiente
Lícia Boudersa, a oponente francesa, também traz experiência ao ringue. Com 27 combates ao longo da carreira, ela soma 23 vitórias, dois empates e apenas duas derrotas. Apesar de não estar em seu auge, é conhecida por sua resistência e habilidades no boxe.
O técnico de Bia Ferreira, Mateus Alves, destaca as qualidades de Boudersa, mas também os pontos fracos que podem ser explorados. “Ela é alta, tem bons golpes retos e absorve bem os impactos. No entanto, notamos alguns problemas defensivos que podemos aproveitar durante a luta”, explicou Mateus.
Além disso, Bia Ferreira falou sobre a adaptação ao boxe profissional. “Embora sejam o mesmo esporte, são muito diferentes. No boxe profissional, não usamos capacete e os rounds são de dois minutos. As estratégias mudam bastante e, como já treinava de forma híbrida, fui adaptando meu estilo aos profissionais gradativamente”, disse a baiana.
A luta entre Bia Ferreira e Lícia Boudersa faz parte do card deste sábado e deve ser um dos principais destaques do evento, que inclui o combate masculino entre Murodjon Akhmadaliev e Ricardo Espinoza pela categoria super galo.
Da Redação