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1 26/08/2024 15:33

Por mais de cinquenta anos, uma sequência aterrorizante de cadáveres despedaçados e pés decepados tem aparecido nas margens de Burundi, um pequeno país localizado na região dos Grandes Lagos da África. Inicialmente, acreditava-se que um serial killer misterioso estivesse por trás dessas mortes brutais. Contudo, investigações mais detalhadas revelaram um culpado muito mais assustador: um Crocodilo-do-Nilo gigante, apelidado de Gustave.

Gustave, como é conhecido, tornou-se uma lenda local e uma fonte de terror não apenas em Burundi, mas também nos países vizinhos, Ruanda e República Democrática do Congo. Relatos sobre o tamanho da fera variam, com algumas estimativas apontando que ele pode ter até 12 metros de comprimento. Uma avaliação mais conservadora, embora ainda impressionante, sugere que ele tenha cerca de 6,5 metros e pese aproximadamente uma tonelada.

O crocodilo, que é reverenciado e temido pelos habitantes locais, tornou-se alvo de inúmeras histórias e mitos. Alguns religiosos da região acreditam que Gustave é controlado por uma "pessoa má", que utiliza o animal como uma ferramenta para realizar assassinatos. Esse temor coletivo é reforçado pela fama do crocodilo, que já foi responsável por um número incalculável de mortes ao longo dos anos.

Especialistas em vida selvagem acreditam que Gustave, devido ao seu tamanho colossal, perdeu parte de sua mobilidade natural, o que o impede de caçar presas menores e mais ágeis. Isso pode ter forçado o predador a mudar sua dieta para animais maiores, como búfalos e hipopótamos. No entanto, o que realmente destaca Gustave é sua aparente preferência por carne humana, um comportamento que muitos acreditam ter sido exacerbado pelo consumo dos restos mortais das vítimas dos genocídios que assolaram Burundi em 1972 e 1993, e Ruanda em 1994. Esses corpos, jogados no Lago Tanganica, podem ter condicionado o crocodilo a caçar humanos.

A notoriedade de Gustave fez dele um dos animais mais procurados por caçadores e estudiosos. Em 2004, a rede americana PBS exibiu um documentário intitulado "Catching the Killer Croc", que documentou os esforços de Patrice Faye, um especialista francês em répteis, para capturar a fera. Faye passou anos investigando os brutais ataques atribuídos a Gustave nos anos 90 e chegou à conclusão de que o crocodilo muitas vezes não comia suas vítimas, sugerindo que ele poderia estar matando "por esporte".

Durante a produção do documentário, Patrice Faye e sua equipe montaram uma armadilha no rio Ruzizi, um dos habitats de Gustave. A armadilha foi equipada com iscas e câmeras, mas a captura do crocodilo provou ser uma tarefa impossível. "Colocamos uma armadilha no Ruzizi, colocamos isca dentro e passamos a noite inteira no rio com câmeras, mas foi um fracasso total. O crocodilo estava desfilando do lado de fora da gaiola, nos provocando, e não conseguimos pegá-lo", lamentou Faye. Houve até tentativas de abater o animal com tiros, mas as balas não conseguiram penetrar a espessa camada de couro que protege Gustave.

O último avistamento confirmado de Gustave ocorreu em 2015. Desde então, ele permanece uma figura enigmática e aterrorizante na região, com moradores e especialistas ainda incertos sobre o destino do gigantesco crocodilo que se tornou uma lenda viva.

Da Redação







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